sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

A diferença entre Je e Moi


Tanto o Je quanto o Moi, termos usados por Lacan, são traduzíveis do francês por "eu", mas isto traz problemas para a clareza em português. Na tradução dos Escritos (Rio de Janeiro, Jorge Zahar, 1998), Vera Ribeiro propõe (p. 936) grafar como "je = [eu]; moi = eu". "Para distinguir na tradução em português o uso do moi e do je franceses, adotou-se solução análoga à utilizada na versão brasileira do Seminário 2 de Lacan (O EU na teoria de Freud e na técnica da psicanálise): je, sujeito do inconsciente vem grafado entre colchetes, [eu]; moi, é convencionalmente grafado, eu".

Na tradução de Jacques Lacan: esboço de uma vida, história de um sistema de pensamento (trad. Paulo Neves, São Paulo, Companhia das Letras, 1994), escrito por Elizabeth Roudinesco, Marco Antonio Coutinho, consultor editorial da edição, escreve em nota da p. 156: "Lacan introduz a categoria do je (eu), pronome pessoal da primeira pessoa do singular, para designar o sujeito, em oposição ao moi (eu), utilizado para traduzir o Ich (eu) freudiano, comumente traduzido por ego. Como nossa opção implica traduzir moi por eu e não por ego, termo que foi adotado pelos psicanalistas de língua inglesa em detrimento da utilização dos termos coloquiais (Es, Ich e Überich) aos quais Freud se ateve, mantivemos o pronome francês je todas as vezes em que ele comparece na referência ao sujeito."


Nota de rodapé de Nícia Adan Bonatti, in Lacan, de Alain Vanier, São Paulo, Figuras do saber, 13, 2005, p. 19.

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